Na minha prática clínica, o que mais ouço de pacientes que já usam aparelhos é que, mesmo com o uso contínuo, eles ainda não conseguem entender o que as pessoas falam.

“Eu ouço, mas não entendo”; “Eu sei que estão falando comigo, mas não consigo entender o que as pessoas falam”; “Eu aumento o volume da TV e mesmo assim não consigo entender, pois o barulho fica muito alto e incomoda”.

O uso de aparelhos auditivos faz com que a audição volte para os níveis considerados normais, mas é apenas o primeiro passo nesse processo todo da reabilitação. Quanto antes você colocar as próteses, mais rápido a plasticidade auditiva vai te ajudar.

Porém, quando percebemos que a perda auditiva realmente está atrapalhando nossa vida, já perdemos um tempo precioso, afinal, é muito difícil admitir que precisamos de uma prótese para nos ajudar a ter uma qualidade de vida melhor.

Por passarmos um tempo de privação auditiva, já não conseguimos processar os sons e, muitas vezes, fica difícil mesmo com o uso de aparelhos. Na reabilitação auditiva, colocarmos o paciente novamente em situações que precisam de compreensão de fala, o ensinando a diferenciar ruídos e treinando o cérebro desse paciente a “prestar atenção” nas palavras e “esquecer” os barulhos.  Esses exercícios são feitos durante as sessões de fonoterapia, que realizamos após a adaptação dos aparelhos.

Cabe ao fonoaudiólogo fazer esse real acompanhamento com o paciente e o apoio familiar é muito importante. Deve ser um trabalho em equipe, onde paciente, fono e família se empenharão na ajuda mútua.

Fonoaudióloga Melhor Ouvir

A audição é um dos nossos sentidos mais importantes.

Através dela podemos nos comunicar, aprender a falar e processar nossos pensamentos e emoções.

Os sons são levados pela orelha até o sistema nervoso central, através de vibrações pelas células ciliares e, com o passar dos anos, a maioria das pessoas passa pelo processo do envelhecimento auditivo, chamado de presbiacusia.

Na presbiacusia acontece a diminuição dos líquidos que produzem os sons, que não chegam mais no cérebro para realizar o processamento auditivo, onde as informações de compreensão de palavras ficam diminuídas.

É muito comum ouvirmos as pessoas falarem que ouvem, mas não entendem em determinadas situações, como em reuniões familiares, televisão, telefone e reuniões com amigos. Hoje é sabido que a falta de audição é uma das causas que mais afetam a depressão na terceira idade, pois, não ouvindo direito, o idoso tende a se afastar para não precisar perguntar inúmeras vezes o que foi dito durante uma situação e deixar seu interlocutor irritado. Isolado, sem querer participar das atividades da vida diária, a tendência é a depressão e a solidão.

Outra causa da perda auditiva nos idosos é a falta de estímulo cerebral, que pode ajudar na piora da doença de Alzheimer e da demência senil, pois os sons deixam de ser levados até o cérebro fazendo com que ele vá perdendo umas das suas funções.

Devemos sempre buscar ajuda de profissionais especializados, para que haja sempre um bom prognóstico para esses casos.

O uso de aparelhos auditivos ajuda muito nesse processo de reabilitação auditiva, pois retoma os estímulos perdidos.

O fonoaudiólogo deverá realizar os exames necessários e fazer a seleção e adaptação dos aparelhos auditivos e, logo depois, começar com o paciente o processo de reabilitação.

Cuidando da saúde auditiva, teremos de volta uma vida normal e cheia de surpresas boas que nos mantêm em total conexão com quem amamos.